sábado, 23 de maio de 2009

Cabelos - anatomia e fisiologia




O cabelo (do latim capĭllus) é cada um dos pelos que crescem no couro cabeludo. Diferenciam-se dos pêlos comuns pela sua elevadíssima concentração por área de pele e pelo desenvolvimento em comprimento. Podem ser lisos, crespos, ondulados e multicoloridos. Além de serem um adorno, têm a função de proteger a cabeça dos raios solares, o que é feito através da melanina presente nele, responsável também por sua coloração.

A moldura do rosto é composta pelos cabelos, que também sinalizam formas de encarar a vida e, muitas vezes, importantes mudanças do comportamento pessoal. Cortá-los, penteá-los, pintá-los de acordo com os próprios desejos são maneiras que cada um tem de demarcar sua individualidade. Contribuindo para uma imagem clássica ou radical, os cabelos são repletos de significados associados a conceitos de ousadia, juventude, liberdade, sedução e poder. Constituem-se na característica mais marcante e variável dos seres humanos, tornando-se ingredientes fundamentais da identidade pessoal.

O cabelo humano é um filamento queratinizado que cresce a partir de cavidades em forma de sacos chamados folículos. Estes folículos estendem-se desde a derme até a epiderme através do extrato córneo. Cada folículo é um órgão em miniatura que contém componentes glandulares e musculares. O diâmetro de cada fio varia de 15 a 120 mm, dependendo da raça.

O cabelo é basicamente composto por três camadas:

(1) Cutícula: camada externa composta por várias subcamadas separadas por um complexo de células - endocutícula, epicutícula e exocutícula;

(2) Córtex: principal componente do cabelo, formado por um conjunto de células cilíndricas denominado de matriz, local onde fica situada a queratina e outras proteínas;

(3) Medula: camada mais interna do folículo e, em alguns tipos de cabelo pode não estar presente.

Poderíamos comparar cada fio a com um lápis: a parte mais interna - o grafite - seria a medula; a madeira seria o córtex e a parte mais externa - a tinta - seria a cutícula. Quando a camada mais externa sofre algum tipo de agressão, a tinta sai (cutícula) e a madeira (córtex) fica exposta, os fios ficam quebradiços.

Cada folículo possui seu próprio ciclo de desenvolvimento, que compreende três fases:

1. Anágena - É a fase do desenvolvimento e do crescimento do cabelo, sendo que a papila (situada na porção inicial da raiz do cabelo) do folículo está em íntimo contato com os vasos sangüíneos, onde substâncias presentes nos fluidos circulantes são absorvidas pelo cabelo. Nos indivíduos sem problemas de alopécia, ou distúrbios advindos de doenças do couro cabeludo ou contaminação com metais pesados, 85% dos cabelos estão nesta fase de desenvolvimento.

2. Catágena - Esta fase transitória dura apenas algumas semanas. O cabelo pára de crescer e não há mais irrigação sangüínea (o cabelo morre). No indivíduo são e sem alopécia, 1% dos cabelos estão nesta fase.

3. Telógena - Nesta fase o cabelo cai, sendo empurrado por um novo folículo que nasce no mesmo local.

A cor dos cabelos tem função puramente decorativa e varia entre os matizes negro, castanho, louro, ruivo, grisalho e branco. Ela depende da quantidade e da qualidade dos grânulos de um pigmento chamado melanina que estão presentes no córtex dos fios. A variedade das cores dos cabelos é devida a 2 tipos de melanina: (a) Eumelanina - cabelo castanho e preto; (b) Feomelanina - cabelo castanho avermelhado e louro.

Um maior número de grânulos de melanina está presente no córtex dos cabelos mais escuros. O cabelo louro contém pouca melanina. No cabelo vermelho, o pigmento é a feomelanina e ele, muitas vezes, escurece para o castanho avermelhado com o avançar da idade. Os grânulos de melanina são fabricados pelos melanócitos, células produtoras de pigmentos, que situam-se no bulbo capilar (raiz do cabelo) e que sofrem a influência do hormônio melanocítico produzido pelo lobo intermediário da hipófise. A produção dos melanócitos dá-se somente na fase de crescimento dos cabelos (anágena) e necessita da enzima tirosinase. Com o passar dos anos, a atividade dos melanócitos se altera, diminuindo também a atividade da tirosinase, acontecendo então o embranquecimento do cabelo, chamado de canície. Não só a idade, mas o estresse e algumas doenças, como as tireoidites ou a anemia perniciosa, também promovem a canície.

Os cabelos compõem-se 90% da proteína queratina que contém, na sua estrutura, 18 aminoácidos, 8% de água, lipídeos, pentoses, glicogênio e ácido glutâmico, e 2% dos minerais de ferro, cobre, zinco, alumínio e cobalto. O ressecamento é o primeiro sinal de que os cabelos estão desnutridos, sendo que a perda da umidade dos fios provoca uma diminuição da coesão entre as células, facilitando com que eles se quebrem. Qualquer fator do organismo que reduza a síntese de proteínas repercutirá sobre o crescimento dos cabelos. Regimes radicais ou estados de desnutrição com falta de proteínas, vitaminas ou óleos essenciais aumentam o número de folículos em fase de repouso, determinando o afinamento, a perda do brilho e a interrupção do crescimento dos fios.

Os cabelos podem ser classificados conforme grau de oleosidade e hidratação:

1. Cabelos Normais - As glândulas sebáceas liberam oleosidade suficiente. Os fios são brilhantes, macios, maleáveis e desembaraçam com facilidade, mesmo quando molhados. Não são oleosos na raiz nem secos nas pontas, e as cutículas são fechadas.

2. Cabelos Secos - As glândulas sebáceas são hipofuncionais. Os fios são opacos, rebeldes e quebradiços. As pontas se rompem, abrindo-se em forquilha. As cutículas são abertas, tornando-os porosos, ásperos e embaraçados. Fatores externos como tratamentos químicos freqüentes (tinturas, descolorações, permanentes, alisamentos) bem como o uso do secador ou a exposição prolongada ao sol ou à água da piscina, alteram a estrutura dos fios, que perdem a elasticidade e o brilho.

3. Cabelos Oleosos - o couro cabeludo apresenta exagerada produção de sebo pela hiperatividade das glândulas sebáceas. Os fios apresentam-se aglutinados, sem volume, gordurosos e, às vezes, exalam odor característico. Pode haver irritação e prurido no couro cabeludo.

4. Cabelos Mistos - É o cabelo da maioria das brasileiras. Apresenta oleosidade no couro cabeludo, mas as pontas são desidratadas. Deve-se ao não espalhamento do sebo pelas superfícies dos fios. Requerem cuidados especiais na lavagem e condicionamento.

5. Cabelos Frágeis - Determinados geneticamente ou por deficiências nutricionais ou metabólicas. São cabelos finos e com pouca resistência. Necessitam cuidados especiais.

6. Cabelos Volumosos - São secos e arrepiados, com as cutículas abertas.

7. Cabelos Tingidos - O processo repetido de tinturas danifica as fibras de queratina presentes nos fios, provocando ressecamento, falta de brilho e alterações na tonalidade da cor.



Lizandro Leite Brito.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

- DERME.PAPILAR - Dermatologia online


Bem-vindos à Dermatologia!

Especialidade única na Medicina, cuida da beleza e integridade da pele, órgão que ocupa em média 2 metros quadrados da superfície corporal. Além disso, cabelos, unhas e mucosas são cuidadas pelos dermatologistas.


A história da Dermatologia moderna começou na Europa, entre século XV e XVI, onde clínicos começam a se interessar por problemas cutâneos. O primeiro livro-texto de Dermatologia foi escrito em 1797, pelo doutor Robert Willian. De fato, aos poucos a Medicina começou a salientar a importância da pele, não apenas como um invólucro, mas o maior órgão do ser humano.


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No - DERME.PAPILAR - traremos assutos de interesse da especialidade, embasando-os na literatura especializada. Pretendemos atender às dúvidas dos leitores e sempre mantê-los atualizados sobre o mundo dermatológico!